sábado, 3 de maio de 2008

bobagens afins

sexta. uma ressaca da porra. quinta agora é dia de músca. tem um bar novo com uma banda aqui na cidade , cerveja vai, campari também, e começo a perceber como o vocalista parece com o iggy pop, o cabelo lisinho lisinho, loirinho loirinho, se movendo engraçado, penso que ele acredita estar exalando sensualidade. mais cerveja. agora, porquê um camarada resolve imitar o iggy pop? mas o restante da banda manda um som até bacana. é engraçado como o álcool deixa todo mundo mais normal que o idiota. gente levanta das mesas, tropeça, canta, chora, abraça, uma putaria da porra. depois de tantas horas, alto prá caramba, fui prá casa, mas não sem procurar um adicional noturno com algum maluco. taquei aquela porra nas ventas e fiquei uma boa meia hora ouvindo jethro tull. o ian anderson manda uma flauta de responsa, vale a pena parar uns minutos pra ouvir os caras. prá dormir, não teve jeito. depois de dar umas bolas acordei sexta, de ressaca. então resolvi descer na cidade baixa, mergulhar na decadência escondida por um ogulho de um passado sujo e inaudível, pra depois emergir nas águas toscas da piteira. um professor pôs uma biblioteca lá no bar, longe das piscinas. é só pagar um real de inscrição que você pode ficar com o livro o tempo que quiser. o negócio é que ninguém liga. preocupações mais importantes, sabe cumé? tem as gatas, umas canas e esse solzão, né não? pois é. depois de tomar umas duas e me arrastar até a piscina, fui pra casa. tava precisando era de um baseado. liguei pro contato, tava com uma grana de sobra e pedi logo cem gramas. em casa, na maior espectativa, fumando o último beck, o bicho liga de volta. em cima? em cima! beleza. já tinha uns dias que eu vinha com uma idéia meio maluca. fazer haxixe em casa. procurei algumas informações na net, achei uma maneira que me pareceu bem lógica. peguei por volta de cinco gramas, coloquei em um recipiente de vidro e pus álcool cem por cento até a metade. como tinha que aguardar pelo menos duas horas, bolei outro beck, dos grandes!, fui pro sofá ouvindo echo and the bunnymen e folheando uma coletânia de poemas do allen ginsberg. virei o livro e no verso tava lá. a cara. meio carecacabeludo, a face escarafunchada pelos anos e pela vida torta, uns óculos fundo de garrafa mal disfarnçando o bulling na infância e uma estatura baixa, muito provavelmente. um mestre yoda, patético, cheio de dúvidas, essas coisas.imagino um filme com o mister allen no papel do intrépido gedai das forças interestelares judaico-americanas, bradando eróticamente seu sabre de luz com acabamento em marfim branco da rodésia, contra o pudor de couro preto dos wasp, dançando fox-trote pudentemente e insinuante, pra depois, anos depois, essa porra toda vir importada pra cá, etc, etc. a maconha no álcool, a essa altura, tá exalando um odor muito forte e como ainda falta meia hora para a próxima etapa, vamos matar a broca. duas xícaras de farinha de trigo, um ovo, um copo de leite, uma colher de açúcar, uma colher de margarina e uma pitada de sal. mistura isso tudo e faz bolinhos, biscoitos, etc. depois esquenta o óleo e põe pra fritar. é muito bom com café e rende umas quinze porções. de barriga cheia, agora é só pegar um recipiente de plástico e pôr três filtros de papel, um dentro do outro, no recipiente. retire a maconha do álcool, desmanche-a no filtro e passe o álcool no recipiente umas três vezes. o liquído verde que restou deve ficar em banho maria até evaporar por completo. a gosma verde que fica no fundo e nas laterais é o óleo de haxixe. já pode ser utilizado, se quiser. ou então esfrega-se o óleo nas mãos até conseguir um borrachinha escura, que deve ser enrolado obtendo-se assim o produto final.

bom, depois disso tava a fim de fazer uns contatos imediatos de terceiro grau, ou sei lá, tomar o poder em alguma ilha da américa central, o que vier primeiro.

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